O ressurgimento do determinismo biológico na era neoliberal
Pankaj Mehta
A
história está repleta de exemplos aterrorizantes sobre o abuso da teoria da
evolução para justificar a dominação e a desigualdade. Bem-vindos a uma nova
era de determinismo biológico.
Se você quer entender por que os humanos declaram guerra, existe um gene para
isso. Como podemos entender por que os homens violam as mulheres? Existe um
gene para isso. Como explicar as diferenças das características nacionais do
Extremo Oriente, Ocidente e África? Também sabemos que genes se ocupam desse
assunto. De fato, se nós ouvíssemos o que muitos meios de comunicação de massas
dizem, existe um gene para quase qualquer desigualdade e iniquidade na
sociedade moderna. O determinismo genético e seu detestável primo, o
darwinismo social, estão de volta. Equipados com imensas bases de dados
genéticos e um imenso arsenal de técnicas estatísticas, um pequeno mas
barulhento grupo de cientistas têm a determinação absoluta de conferir
fundamentação genética a tudo o que somos e a tudo o que fazemos.
A relação existente entre a genética e o determinismo biológico é quase tão
velha como o próprio campo do conhecimento. Por fim, um dos institutos modernos
de pesquisa genética mais proeminentes, o Cold Spring Harbor Laboratory,
começou como um instituto eugênico, cujas atividades incluíam atuar como grupo
de pressão a favor de uma legislação eugênica para restringir a imigração e
esterilizar os defeituosos, além de educar a população sobre saúde eugênica e
propagar ideias eugênicas.
A última onda de determinismo biológico é uma continuação dessa longa tradição,
mas com diferenças significativas em relação aos enfoques do passado. Estamos
na alvorada da era genômica; uma era na qual os avanços na biologia molecular
permitem medir de forma muito precisa as mais ínfimas diferenças genéticas
entre humanos. Isso, combinado ao fato de que vivemos em uma nova Era Dourada
(Gilged Age), na qual uma reduzida elite global tem acesso a, e necessidade de
justificar a posse de quantidades desmedidas de riqueza e poder, faz com que as
condições sejam muito propícias para um perigoso ressurgimento do determinismo
biológico.
Os limites da genética mendeliana e o
abuso dos novos estudos de associação do genoma completo
Hoje
custa 5 mil dólares sequenciar um genoma identificando os seis milhões de bases
de Adenina, Citosina, Timina e Guanina (A, C, T, G) que definem o DNA de um
indivíduo. Em pouco tempo, custará ainda menos, muito menos. Diz-se que estamos
em um momento completamente revolucionário. Com franco acesso à informação
genética detalhada, os médicos e especialistas genéticos logo poderão
identificar quais doenças estamos mais predispostos a contrair e ajudar a
preveni-las, ou a minimizar seu impacto por meio da medicina
personalizada.
O conhecimento científico obtido a partir desses dados não tem um valor
incalculável. Estamos começando a entender como os vírus evoluem, as mutações
genéticas que provocam câncer e a base genética da identidade celular. A
revolução da sequenciação nos permitiu estudar as bases moleculares da
regulação genética e identificar novos e assombrosos atores, como o RNA não
codificante e as modificações da cromatina. Estamos formulando todas as ideias
em questão sobre a biologia.
Um dos resultados mais surpreendentes dos novos estudos baseados na
sequenciação tem a ver com as semelhanças entre humanos, dado que cada um de
nós se diferencia do resto apenas em 0,1% do DNA. No entanto, este 0,1% do
genoma dá lugar a variações que vemos entre pessoas em características como a
cor da pele, a estatura e a propensão a ficar doente. Um objetivo importante da
genética moderna consiste em tratar de relacionar uma variante genômica
particular com uma característica ou doença concretas. Para isso, os cientistas
estão desenvolvendo potentes ferramentas estatísticas de outra ordem, que
permitam analisar uma grande quantidade de dados de sequências de populações de
todo mundo.
Não há qualquer dúvida sobre a existência de uma relação entre os genes e as
características observadas. Os pais altos tendem a ter filhos altos. Os pais de
pele acobreada têm filhos de pele acobreada. A ideia de que as características
são hereditárias se tornou bem estabelecida desde que Mendel codificou suas
famosas leis da herança, inferidas a partir da observação estatística de mais
de 29 mil plantas de ervilha. Na genética clássica mendeliana, diferentes genes
que codificam diferentes características passam a seus descendentes de forma
independente uns dos outros.
Portanto, há uma clara correlação entre informação genética ou genótipo e
características observáveis ou fenótipo. Um único gene (tecnicamente, um locus
ou localização de um gene concreto) codifica uma única característica, e não se
vê afetado pelas demais características que uma pessoa possui. Além disso, os
fatores ambientais têm pouca influência sobre a maioria das características
mendelianas. A anemia falciforme e a fibrose cística constituem exemplos
bastante conhecidos disso, cada uma causada por uma mutação em um gene
concreto.
No entanto, agora bem sabemos que os pressupostos da genética mendeliana não
são aplicáveis à maioria das características e doenças. Quase todos os
fenótipos, desde a estatura e a cor dos olhos, até doenças como diabetes,
emergem de interações extremamente complexas entre os genes múltiplos e o meio
ambiente. Diferentemente do que ocorre com a genética mendeliana, na qual é
possível facilmente identificar o gene que codifica uma característica
particular, para muitas características não existe uma correspondência simples
entre genótipo e fenótipo.
O imenso volume de dados atualmente disponíveis sobre a sequenciação do DNA
levou muitos cientistas a acreditar que há um modelo de lidar com esse
problema. Para isso, estão desenvolvendo novas ferramentas científicas e
estatísticas a fim de analisar e obter informação genética dos dados
sequenciados.
O objetivo desses estudos de associação do genoma completo (GWAS, na sigla em
inglês) é proporcionar um modelo para decifrar a informação contida em nosso
DNA e identificar as bases genéticas de doenças e características complexas. Os
GWAS constituem um elemento básico da moderna genética de populações. Isso se
reflete no aumento gigantesco da quantidade de estudos de associação do genoma
completo publicados na última década, que passaram de cifras de um só dígito no
ano de 2005 para mais de 300 mil atualmente. Há estudos GWAS sobre estatura,
peso ao nascer, doenças inflamatórias intestinais, como as pessoas respondem a
vacinas ou medicamentos específicos, cânceres, diabetes, mal de Parkingson e
muitos outros. Na realidade, são tantos os GWAS em desenvolvimento, que foi
preciso criar ferramentas visuais específicas para ajudar os cientistas e estes
poderem ter uma ideia conclusiva dos resultados de todos esses estudos.
Dada a crescente prevalência dos GWAS, é importante explicar a base lógica
subjacente a eles. Os conceitos de variações fenotípicas e genéticas jogam um
papel central nos GWAS. A variação fenotípica é definida como a variação de uma
característica em uma população (como a distribuição da estatura na população
masculina dos Estados Unidos). Observe que, para definir a variação fenotípica,
é preciso especificar uma população.
Trata-se de uma preceptiva escolha a priori a fim de construir um modelo
estatístico. Além disso, a escolha da população constitui um importante viés,
dado que, nos GWAS, estão implícitos muitos pressupostos de caráter social
(isso é praticamente certo em estudos que buscam compreender a variação
genética entre grupos raciais).
Os GWAS buscam explicar estatisticamente a variação fenotípica observada em
termos da variação genética na mesma população. Aqui é onde brilha com luz
própria a genética moderna. Enquanto que, na era pré-genômica, era preciso
realizar um trabalho insano para medir a variação genética em apenas um locus,
agora é possível conhecer a variação genética de milhares de pessoas mediante a
consulta de dados publicamente acessíveis de todo o genoma.
A maioria dos GWAS se centram em polimorfismos de nucleótido único (SNPs, na
sigla em inglês): variações da sequência de DNA que ocorrem em apenas uma base
no genoma (ex. AAGGCT vs. AAGTCT). Os cientistas observaram aproximadamente 12
milhões de SNPs em populações humanas. Essa cifra pode parecer incrivelmente grande,
mas no DNA humano há 6 bilhões de bases. De modo que, de todas as populações
humanas nas quais se colheram amostras, apenas 0,2% das bases de DNA exibe
diferenças entre todas as populações estudadas em amostras. Para uma
característica como a estatura, há cerca de 180 SNPs conhecidas que podem
ajudar a variação da altura nos seres humanos.
O propósito dos GWAs é relacionar a variação genotípica com a variância
fenotípica. Frequentemente isso se expressa mediante o conceito de
herdabilidade, que busca a participação da variação fenotípica em um componente
genético e um componente do meio ambiente.
Falando de outra forma, a herdabilidade se define como a fração da variação
fenotípica que podemos atribuir a uma variação genética. Uma herdabilidade
igual a zero significa que toda a variação fenotípica é atribuída ao ambiente,
enquanto que uma herdabilidade igual a um significa que é completamente
genética.
Sob o conceito de herdabilidade subjaz todo um mundo de pressupostos
simplificadores sobre como funciona a biologia e como os genes e o entorno
atuam, tudo isso mediado por um sem-número de modelos estatísticos complicados
e obtusos. A herdabilidade depende das populações escolhidas e dos ambientes
analisados nas experiências. Inclusive, a distinção entre meio ambiente e genes
é, até certo ponto, artificial. Como observa Richard Lewontin:
A própria relevância da natureza física do meio ambiente vem determinada pelos
próprios organismos (…). Uma bactéria que vive em um líquido não sente a
gravidade, visto que é muito pequena (…) mas seu tamanho está determinado pelos
seus genes, de modo que a diferença genética que há entre nós e a bactéria é o
que determina que a força da gravidade seja relevante para nós.
Tudo isso serve para dizer que, embora a herdabilidade seja um conceito útil,
não deixa de ser uma abstração que depende completamente dos modelos
estatísticos que utilizamos para defini-la (com todos os seus pressupostos e
preconceitos subjacentes).
Nesse sentido, inclusive para uma característica fortemente passível de ser
herdada como a estatura, o meio ambiente pode mudar de forma drástica os traços
observados. Pense no exemplo ocorrido durante a guerra civil guatemalteca, em
que esquadrões da morte e paramilitares apoiados pelos Estados Unidos atacaram
com extrema brutalidade a população rural indígena da Guatemala, tendo como
resultado uma desnutrição generalizada. Muitos maias fugiram para os Estados
Unidos para escapar da violência.
Ao comparar as estaturas de crianças maias da Guatemala com crianças maias dos
Estados Unidos entre seis e doze anos de idade, os pesquisadores observaram que
as norte-americanas eram 10,24 centímetros mais altas que as guatemaltecas, em
grande parte devido à nutrição e ao acesso à atenção médica. Em um sério contraste
a isso, o gene considerado mais influente na estatura, que é o gene do fator de
crescimento GDF5, associa-se com mudanças na estatura de apenas 0,3 a 0,7
centímetros, e isso apenas para indivíduos de ascendência europeia.
Essa influência do ambiente tão significativa é algo muito comum. Por exemplo,
estima-se que a herdabilidade do diabetes tipo II, ajustada à idade e ao Índice
de Massa Corporal (IMC), levaria a uma variabilidade entre 0,5% e 0,75% (um
pouco menos que no caso da estatura mas, como disse, essas cifras precisam ser
observadas com muita cautela). Atualmente, os GWAS chegam a explicar apenas 6%
dessa herdabilidade, com genes que permitam predizer de forma correta se um
indivíduo desenvolverá diabetes. Apesar da escassa confiabilidade dos fatores
genéticos, um IMC pouco saudável e a simples presença de sobrepeso em uma
pessoa aumenta as possibilidades de desenvolver diabetes quase oito
vezes.
O mesmo vale para o coeficiente de inteligência (QI), que constitui um elemento
básico para os estudos sobre inteligência. Deixando de lado por um momento a
discussão sobre a validade dos testes que medem o QI, os estudos mostram um
grande e contínuo aumento nas pontuações de QI durante o século XX (o chamado
efeito Flynn), revelando assim a enorme importância da influência do ambiente
em comparação com a da genética na determinação do QI.
A esquizofrenia é outro exemplo disso. Em seu excelente blog Cross-Check, John
Morgan analisa o gene CMYA5, que a imprensa de massa divulgou como gene da
esquizofrenia. Morgan observa que, se você é portador desse gene, o risco que
tem de desenvolver esquizofrenia aumenta entre 0,07% e 1,07%. Por outro lado,
se você tem um parente de primeiro grau com esquizofrenia, como um irmão, tem a
probabilidade de 10% de ser esquizofrênico – que é 100 vezes maior do que o
risco quando se tem o gene CMYA5. Esses tipos de resultado não são acidentais.
Toda a área do conhecimento está consumida por uma séria preocupação sobre a
escassa capacidade de previsão por parte dos GWAS (frequentemente analisada no
contexto do problema da herdabilidade ausente).
O plano do determinista genético
Apesar
do limitado êxito dos GWAS, existem sérias dúvidas de que os ventos que excitam
as teses do determinismo genético cessem no futuro próximo. A principal razão
está no imenso volume de novos dados genéticos que são gerados sem parar. Essa
avalanche de dados é o sonho dos deterministas biológicos. Se alguém acha que
estou exagerando, veja a seguinte citação retirada de um estudo recente sobre a
arquitetura genética das preferências econômicas e políticas publicado na PNAS,
uma revista científica de primeiro nível. De forma absolutamente surpreendente,
os SNPs identificados explicam apenas uma pequena parte da variação total. Mas
longe de se desanimarem, os autores concluem ou resumem seu trabalho com um
comentário otimista:
Esses resultados sugerem uma mensagem de prudência sobre a possibilidade, o
modo e o prazo em que os dados da genética molecular poderão contribuir e
potencialmente transformar a pesquisa em ciências sociais. Propomos algumas
respostas construtivas aos desafios que nos coloca o escasso poder explicativo
dos SNPs individuais.
A arrogância desmedida fala por si mesma. A dificuldade inerente ao uso dos
GWAS para explicar a estatura, uma característica facilmente mensurável e
quantificável, traz à tona o absurdo de sustentar a necessidade de identificar
as bases genéticas de características mal definidas, temporalmente variáveis e
de difícil quantificação, como a inteligência, a agressividade ou as
preferências políticas.
Apesar disso, o plano do determinista genético na era genômica é claro: obtenha
quantidades massivas de dados de sequências genéticas. Encontre uma
característica mal definida (como a preferência política). Encontre um gene que
está estatisticamente sobrerrepresentado na subpopulação que possui a
característica. Declare a vitória. Ignore o fato de que os genes, na realidade,
não explicam a variação fenotípica da característica. Em vez disso, diga que,
se houvesse mais dados, as estatísticas confirmariam.
A partir daí, generalize esses resultados ao plano de análise das sociedades e
argumente que eles explicam as bases genéticas fundamentais do comportamento
humano. Rediga uma nota à imprensa e espere que os meios de comunicação
publiquem notícias chamativas. Repita o processo com outro conjunto de dados e
com outra característica.
A importância das propriedades
emergentes para entender os sistemas complexos
O determinismo biológico parece plausível precisamente porque oferece a ilusão
de que se baseia na observação científica. Nenhum cientista coloca em dúvida o
fato de que os elementos constitutivos mais básicos de um organismo estejam
codificados em seu material genético e de que a evolução tenha dado forma a
esses genes mediante algum tipo de combinação de variabilidade e seleção
genéticas. Mas atribuir o comportamento humano, seja o de comer um saco inteiro
de batatas fritas ou de declarar a guerra, a um conjunto de genes constitui um
exercício claramente quixotesco.
Nigel Goldenfeld e Leo Kadanoff fazem uma sensata advertência em um belo artigo
no qual analisam sistemas complexos: é preciso utilizar o nível de descrição
mais adequado para captar os fenômenos que são do nosso interesse. Não tem
sentido realizar modelos de máquinas escavadoras com quarks.
Ainda que seja certo que todas as propriedades de uma máquina escavadora sejam
o produto das partículas que a constituem, como quarks e elétrons, é inútil
pensar sobre as propriedades de uma escavadora (forma, cor, função) em termos
dessas partículas. A forma e a função de uma máquina escavadora são
propriedades emergentes do sistema em seu conjunto.
Do mesmo modo que não se pode reduzir as propriedades de uma escavadora às dos
quarks, tampouco se pode reduzir os complexos comportamentos e características
de um organismos a seus genes. Marx argumentou a mesma coisa quando disse que,
a partir de certo ponto, as diferenças meramente quantitativas passam a
constituir mudanças qualitativas.
Se as bases filosóficas e científicas das teses do determinista genético são
tão problemáticas, por que um tipo de pensamento tão desalinhado recebe a
recompensa de artigos de primeira página na seção científica do New York Times?
A instrumentalização neoliberal do
determinismo biológico
Vivemos
em uma era na qual as grandes empresas obtêm benefícios sem precedentes, uma
pequena elite acumula enormes quantidades de riqueza e a desigualdade alcança
níveis próximos aos da Era Dourada (Gilged Age). As contradições existentes
entre o capitalismo neoliberal e os impulsos democráticos são evidenciadas de
maneira incessante. As demandas por igualdade de oportunidades que permeiam boa
parte do pensamento liberal se mostram uma farsa. A incongruência entre o que o
capitalismo professa e a crua realidade é cada vez mais evidente.
O atrativo do determinismo biológico está no fato de que oferece explicações
científicas plausíveis para dar conta das contradições civilizatórias
engendradas pelo capitalismo. Se o diabetes tipo II se reduz a um problema
genético (o que, até certo ponto, é correto), então já nem precisamos pensar no
aumento da obesidade e de suas causas, e tampouco: no monopólio empresarial
privado do setor agroalimentar, na desigualdade de renda da cidadania e nas
diferenças de classe em relação à qualidade dos alimentos
consumidos. Combine isso com a prevalência da medicação impulsionada pela
indústria farmacêutica para o tratamento de todo tipo de doença, e ninguém
deverá se surpreender se, ao final, ficarmos com a impressão de que os
fenômenos sociais complexos podem se reduzir a um simples fato
científico.
Parafraseando o grande crítico literário Roberto Schwarz, “o determinismo
biológico é uma ilusão socialmente necessária bem fundamentada na mera
aparência. À semelhança da arte e da literatura, a ciência se conformou
historicamente e (…) reflete o processo social a que deve sua própria
existência. Os cientistas herdam os preconceitos das sociedades nas quais vivem
e trabalham. Em nenhum outro lugar, isso se torna mais evidente do que na
encarnação moderna do determinismo biológico, com seus pressupostos
decididamente neoliberais sobre os seres humanos e as sociedades”.
A história está repleta de exemplos aterrorizantes sobre o abuso da genética (e
da teoria da evolução) para justificar a dominação e a desigualdade: as
justificativas evolutivas da escravidão e do colonialismo, as explicações
científicas da violação e do patriarcado, e as explicações genéticas da
superioridade inerente à elite governante. Devemos trabalhar sem descanso para
nos assegurar de que a história não vá se repetir na era genômica.
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Pankaj Mehta cientista e professor da Universidade de Boston que trabalha no
estudo da relação entre Física e Biologia. Suas pesquisas tratam da Biologia de
Sistemas, em particular da teorização do vínculo entre os elementos moleculares
individuais e os comportamentos coletivos em grande escala. Atualmente,
participa do Programa Interdisciplinar de Bioinformática da Universidade de
Boston e do Centro de Medicina Regenerativa da mesma universidade.