" Em São Luiz do Paraitinga, o Major Benedito de Sousa Pinto afirmou: "Conhecemos três espécies de saci: trique, saçurá e pererê. O Saci mais encontrado por aqui é o Saci-pererê. É um negrinho de uma perna só, capuz vermelho na cabeça e que, segundo alguns, usa cachimbo, mas eu nunca o vi. É comum ouvir-se no mato um "trique", isso é sinal que por ali deve estar um Saci-trique. Ele não é maldoso, gosta só de fazer certas brincadeiras como, por exemplo, amarrar o rabo de animais.
O Saçurá é um negrinho de olhos vermelhos; o Trique é moreninho e com uma perna só; o Pererê é um pretinho que, quando quer se esconder, vira um corrupio de vento e desaparece no espaço. Para se apanhar o pererê, atira-se um rosário sobre o corrupio de vento.
"Quando se perde qualquer objeto, pega-se uma palha e dá-se três nós, pois se está amarrando o "pinto" (pênis) do saci. Enquanto ele não achar o objeto, não desatar os nós. Ele logo faz a gente encontrar o que se perdeu porque fica com vontade de urinar (Amaro de Oliveira Monteiro).
Quando se vê um rabo de cavalo amarrado, foi o saci quem deu o nó. Tirando-se o gorrinho do saci-pererê, ele trará para quem lhe devolva, tudo o que quiser.
Quando passar o redemoinho de vento, jogando-se nele um garfo sai o sangue do saci. Outras versões: jogando-se um rosário o saci fica laçado; jogando-se a peneira, fica nela."
Também costuma-se ouvir o assovio do saci no meio do mato. À noite, adora trançar as crinas dos cavalos, deixando-os totalmente embaraçados.
Figura controversa e anárquica, o Saci ganhou as ruas da grande São Paulo e se destaca no cenário urbano através da obra do grafiteiro Thiago Vaz.
Mais:
ARAUJO, Alceu Maynard. Folclore Nacional. vol 1 - Festas, bailados, mitos e lendas. Edições Melhoramentos. 1964.
Saci urbano:
Sociedade dos observadores do Saci
http://www.sosaci.org/