segunda-feira, 28 de maio de 2012

O pensamento livre

Que Albert Einstein (1879-1955) era um grande humanista é de conhecimento de muitos. Porém, a dimensão do humanismo de Einsten é algo notável, uma vez que sua crença na humanidade persistia mesmo diante de atrocidades como a guerra. Pacifista convicto e crítico incansável do regime militar, via o exército como a pior das instituições, que que deveria ser boicotada e banida de vez da sociedade:

"Creio que a recusa ao serviço militar, pela objeção de consciência simultaneamente afirmada por cinquenta mil convocados ao serviço, teria um poder irresistível...Se os povos quiserem escapar da escravidão abjeta do serviço militar, tem de se pronunciar categoricamente pelo desarmamento geral. Enquanto existirem exércitos, cada conflito delicado se arrisca a levar à guerra".

Chamava os intelectuais para a responsabilidade sobre os rumos da sociedade. A atmosfera era tensa, a ameaça da Segunda Guerra Mundial pairava no ar e a opinião pública fora tomada por um "nacionalismo cego"  pela atividade de "políticos reacionários". Diante do impasse, o recado aos intelectuais foi objetivo:

" Que deve fazer a minoria intelectual contra esse mal? Só vejo uma saída possível: a revolucionária, da desobediência, a da recusa a colaborar, a de Gandhi. Cada intelectual, citado diante de uma comissão, deveria negar-se a responder. O que equivaleria a estar pronto a deixar-se prender, a deixar-se arruinar financeiramente, em resumo, a sacrificar seus interesses pessoais pelos interesses culturais do país."

Defendia uma educação libertária e atentava para a importância das Ciências Humanas, sobretudo da História e da Filosofia como instrumentos para a formação de um indivíduo consciente, altruísta e não apenas um tecnocrata. Preocupava-se com a competitividade que insistia em entranhar-se no meio social e acadêmico:

"Os excessos do sistema de competição e de especialização prematura, sob o falacioso pretexto da eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro...O ensino deveria ser assim: quem o recebe o recolha como um dom inestimável, mas nunca como uma obrigação penosa".

Homem simples, espirituoso e uma das grandes mentes que a humanidade já teve, quem o conheceu afirmava que era um ser humano inacreditável, tamanha sua humildade.

Mais:

Einstein, Albert. Como vejo o mundo. Ed. Saraiva.2011



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