Chego agora da aldeia Tekoa Pyau e me convenço cada vez mais de que aprendo "horrores" convivendo com as mulheres Guarani. Apesar da aparente timidez e quietude, elas tem me ensinado a força do amor incondicional, a importância da serenidade e o poder do sexo feminino na organização social, detenção de saberes e continuidade do nhanderekó ("nosso jeito de ser Guarani").
Foto: Mercy Mtaita
É comum pensarmos que elas não participam muito da vida política e, nos últimos tempos, percebo que não há equívoco maior. Estrategistas e sonhadoras, possuem um jeito peculiar de atuar diretamente nas decisões e nos rumos que a comunidade vai tomar.
Jerá, Tatanxi, Jasuká, Pará, Poty, Ará, Kerexu e outras, mostram uma altivez e um orgulho de seu povo que deixa muita gente desconcertada, principalmente aqueles que as julgam "inferiores e de outro mundo".
A elas eu dedico esse dia de "Kunhangue Ara", dia de mulher.
A elas eu peço desculpas pela nossa ignorância.
Foto: Luciana Galante
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