quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio + 20: por trás da festa

Não consegui chegar ao Riocentro hoje. Até que era previsto, mas não custava tentar...Aliás, os Kayapó também tentaram, foram barrados e voltaram para a Cúpula dos Povos indignados:
- Por que não deixaram a gente entrar??
Para a situação não ficar pior, mandaram o secretário de governo no final da tarde para acalmar os ânimos.

Raoni conversa com secretário do governo (foto: Luciana Galante)
Essa é uma das faces da Rio + 20, que negou o acesso de representantes das organizações socias, entre outras questões. Uma delas é que o Governo cedeu às pressões do Vaticano e tirou a expressão "direitos reprodutivos" do texto final, que designa a autonomia da mulher de decidir quando poderia ter filhos. Um balde de água fria para o movimento feminista. 
Se, por um lado, o Governo cede à pressões, por outro, se mostra irredutível com os movimentos sociais  e tenta amenizar as inúmeras denúncias realizadas por estes na Cúpula dos Povos.
Além disso, parece que a Cúpula e os movimentos sociais vem sofrendo um pequeno boicote.
No melhor estilo de "como desmobilizar as organizações", os ambulantes mal circulam pela Cúpula: comer algo parece tarefa impossível (mesmo ambulantes credenciados sofreram pressão para deixar o espaço) e iluminação não existe na área (mesmo com plenárias funcionando à noite). No entanto, os movimentos resistem, exigem um novo paradigma de desenvolvimento e que a privatização dos recursos naturais, travestida de "economia verde" seja escancarada.

Os Guarani-Kaiowá exigem respostas (foto: Luciana Galante)




2 comentários:

  1. Isso ai é uma vergonha, eles deixaram a gente onde queriam pois assim não iriamos incomodar. Democracia na republica das bananas e agora com essa, como vc mesma disse, economia verde. Mais é uma vergonha.

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  2. Vitor, nos deixar longe do evento oficial foi uma estratégia eficaz. Aliás, poucos dias antes do início das atividades na Cúpula, a Prefeitura do Rio proibiu o restaurante da economia solidária de preparar e distribuir alimento no local. Próximo ao Riocentro, os pequenos restaurante baixaram suas portas também por ordem da prefeitura, obrigando os participantes frequentarem "grifes gastronômicas".

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